PREMIAÇÃO DO CONCURSO UM ROSTO PARA ESPERANÇA GARCIA RECEBE APRESENTAÇÃO DO GRUPO EU & ELLAS
Na manhã de hoje, 25/07, o Grupo Eu e Ellas, coordenado pelo prof. Sílvio Rosário se apresentou na premiação do Concurso UM ROSTO PARA ESPERANÇA GARCIA, que aconteceu no Conselho Estadual de Cultura, no auditório Liz Medeiros.
Muitos artistas e autoridades compareceram ao evento: a vice-governadora Regina Sousa; Dep. Fábio Novo, Secretário de Estado da Cultura; Dr. Luís Carlos, Presidente da Fundação Monsenhor Chaves; o Ex- Secretário de Cultura, José Elias Area Leão; Sônia Terra, Assunção Aguiar, Toinha (Memorial Esperança Garcia), Marleide Lins, Prof° Élio Ferreira entre outros.
O Presidente do Conselho Estadual de Cultura, Prof. Cineas Santos declarou “O certame aconteceu através de um edital lançado pelo Conselho Estadual de Cultura (CEC). Recebemos todas as obras como doações dos pintores para o CEC e essas obras, à partir de agora, farão parte de uma Exposição Itinerante que percorrerá diversos espaços, entre eles as escolas.”
“Hoje é um dia histórico porque, à partir de agora, temos um rosto para Esperança Garcia. Fiquei muito impressionado com a história de Esperança Garcia e me apaixonei por essa heroína do Piauí, tão pouco conhecida por nós. Ações como esse concurso e exposições itinerantes dessas obras buscam reverter essa realidade.”, declarou o Dep. Fábio Novo, Secretário de Estado da Cultura.
A obra vencedora foi a da artista plástica Dora Parentes que recebeu o prêmio das mãos da vice-governadora Regina Sousa. As propostas foram analisadas por professores universitários e críticos de arte.
Artistas inscritos no Concurso Um Rosto Para Esperança Garcia:
1 Maria Dalva Santana Mendes (Dalva Santana)
2 Rafael Albuquerque Silva (Jabuh)
3 Josenildo Gomes da Silva (J Nildo)
4 Rogério Sousa Albino
5 Josafá Lopes da Silva
6 Doralice Andrade Parentes (Dora Parentes)
7 Raimundo Nonato de Oliveira (Nonato Oliveira)
8 Elda Ferreira Ribeiro
9 Francisco Sanatiel Rodrigues da Costa
10 José Antonio Costa (Jota A)
11 Avelar Amorim Lima
12 Jefferson Soares Barbosa
13 Lidia Martins (Lidhiasemh)
Júri Artístico
Gabriel Archanjo do Espírito Santo
Cecília Mendes
Zozilena de Fátima Fróz Costa
Antônia Sousa de Aguiar
Curadoria
Osvaldo Gomes de Assunção
SAIBA UM POUCO MAIS SOBRE ESPERANÇA GARCIA
Esperança Garcia nasceu na Fazenda Algodões, foi uma mulher negra, escravizada, considerada a primeira mulher advogada do Piauí. Em 6 de setembro de 1770, Esperança enviou uma petição ao então presidente da Província de São José do Piauí, Gonçalo Lourenço Botelho de Castro, onde denunciava maus-tratos e abusos físicos contra ela e seu filho, pelo feitor da Fazenda Algodões.
Esperança nasceu em uma fazenda de propriedade dos jesuítas, onde hoje fica o município de Nazaré do Piauí. Aos 9 anos de idade, quando a ordem foi expulsa do Piauí pelo Marquês de Pombal, ela foi levada como escrava para a casa do capitão Antônio Vieira de Couto.
A carta de Esperança Garcia é considerada a primeira petição escrita por uma mulher na história do Piauí, o que a torna uma precursora da advocacia no Estado. Também é um documento importante nas origens da literatura afro-brasileira. Na data de envio, 6 de setembro, é comemorado o Dia Estadual da Consciência Negra.
Em 2017, o Memorial Zumbi dos Palmares, espaço dedicado à cultura negra em Teresina, por proposta do Secretário de Estado da Cultura, Dep. Fábio Novo, foi reformado e reinaugurado com o nome de Memorial Esperança Garcia. No Carnaval de 2019, a Estação Primeira de Mangueira fez uma homenagem a Esperança Garcia em seu samba-enredo “História pra Ninar Gente Grande”.
Quando Esperança escreveu a carta, tinha apenas 19 anos. Aos 16 anos, parira o primeiro filho. Depois de 247 anos, Esperança recebeu do Conselho Estadual da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PI) o título simbólico de primeira mulher advogada do Piauí, a pedido da Comissão da Verdade da Escravidão Negra da OAB-PI. Sua carta foi considerada a primeira petição escrita por uma mulher no Piauí. Abaixo a carta de Esperança:
“Eu sou uma escrava de V.S.a administração de Capitão Antonio Vieira de Couto, casada. Desde que o Capitão lá foi administrar, que me tirou da Fazenda dos Algodões, aonde vivia com meu marido, para ser cozinheira de sua casa, onde nela passo tão mal. A primeira é que há grandes trovoadas de pancadas em um filho nem, sendo uma criança que lhe fez extrair sangue pela boca; em mim não poço explicar que sou um colchão de pancadas, tanto que caí uma vez do sobrado abaixo, peada, por misericórdia de Deus escapei. A segunda estou eu mais minhas parceiras por confessar a três anos. E uma criança minha e duas mais por batizar. Pelo que peço a V.S. pelo amor de Deus e do seu valimento, ponha aos olhos em mim, ordenando ao Procurador que mande para a fazenda aonde ele me tirou para eu viver com meu marido e batizar minha filha.
De V.Sa. sua escrava, Esperança Garcia”
Sobre o Música Para Todos – Realizado pelo Instituto Cultural Santa Rita, o Música Para Todos foi criado em Teresina (PI), em 1999, e atualmente oferece, de forma gratuita, Cursos Livres, Iniciação Musical e Prática em Orquestra, para milhares de crianças, jovens, adultos e idosos. A Instituição tem por objetivo transformar vidas através da música e da arte. Já foram beneficiados com a iniciativa mais de 40 mil alunos tanto na capital como no interior do estado, alcançando 2.007.319 presenças em salas de aulas (2005-2018).
Apoio Cultural – Em 2019, o Música Para Todos completa 20 anos e orgulha-se em receber, através da Lei de Incentivo à Cultura e Lei do SIEC (Sistema de Incentivo Estadual de Cultura – Governo do Estado do Piauí) Patrocínio do Armazém Paraíba, Pintos, Frigotil e SESI, empresas que acreditam no poder transformador da arte e da cultura.